sábado, 24 de abril de 2010

Lágrimas de Canela - Eleana Roloff

Só para VOCÊ, meus beijos serão de canela.
Só para você, quando deixares dela.
Só para você, castelos de areia.
Só para você, flores que nunca enviarei.
Só para você, olhares no retrovisor.
Só para você, sonhos que nunca sonharei.

Só por VOCÊ, lágrimas são de canela.
Só por você, esse amor diferente.
Só por você, esse traiçoeiro,
que enganou a gente...
Só por você, ergo esta taça.
Só por você, brindo a desgraça.
Só por você, esse desejo de perdição.
Só por você, chorarei, então ...

Só por ELA, sorridente,
com teu filho no braço.
Só por ela, a esposa,
me sinto no circo, como palhaço.
Só por eles, TEUS FILHOS,
a culpa me atordoa.
Sou uma PALHAÇA que nao sorri,
nem se perdoa.

Só pela felicidade DELES,
é que a minha renego.
Só por MIM, SOMENTE POR MIM,
por minha tranquilidade,
preciso trocar as palavras amor por amizade.

E, em delírios loucos,
me prendo em uma cela,
para não escapar de mim mesma
e te encher de beijos sabor canela.

terça-feira, 20 de abril de 2010

LÁqua drisBIOS - EMR.17/04/2010.

Como gostaria
com meus lábios úmidos
desenhar seus quadris.

A redonda boca
os úmidos quadris.
Bocas úmidas, unidas.

Pura sedução
lábios e quadris em círculo
e onde vai parar?

Seus quadris, meus lábios...
Mas que grande ousadia
beijos corporais.

E, apaixonado,
o círculo sedutório
fechou-se em nós.

E vamos rodando ...
Círculo de chamas secas
segue, vai ardendo.

AMOR PLATÔNICO - EMR. 12/04/2010.

É estranho esse medo
quero estar longe e perto ao mesmo tempo.
Se te encontro, me recolho trêmula.
Se te perco de vista, desvaneço.

Amor platônico, sentenciam.
O vazio da tua ausência me alucina.
Mas como dizer, sem assustar-te,
que você desperta meus sonhos de menina.

Como uma construção dolorida e lenta
a surdez dos teus sentidos cegos
que não deixam perceber que te adoro tanto
e em delírios ousados a ti me entrego.

Às vezes, ensaio uma declaração louca.
Vou falar que te amo, beijar tua boca.
Mas dormente em temores me percebo.
É estranho esse medo.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

domingo, 11 de abril de 2010

HAICAI / HAIKAI

HAIKAI

Primavera chega
quando as flores da rua
alegram a vida.

Outono da vida
os cabelos cairão
junto com as folhas secas.

Adolescência
Verão da vida corpórea.
Consciência zero.

Mas que ânsia louca.
Quero o gosto da fruta
que tem tua boca.

Quem pode, foge.
Temporal a sacode.
Árvore presa.

Um chinelo velho
que já foi jogado fora.
O pé foi embora.

Um rio que não cessa
Pingo d'agua em meu olhar
tristeza por te amar.

A barriga nua
a fome escancarada.
Meninos de rua.

É o teu sorriso
que abre os corações
mesmo sem ter chaves.

Haikai, sacanagem...
A gente pensa tanto
escreve bobagens. ELEANAROLOFF/ESCRITAPOÉTICA/CHARLESKIEFER