sexta-feira, 27 de setembro de 2013


Poesias Premiadas
Lila Ripoll Edição 2013
  

1º Lugar
"Bala Perdida"
Autor: Antônio Sérgio de Sena Vaz - Canoas/RS

2º Lugar
"Enxadas"
Autor: João Elias Antunes de Oliveira - Goiânia/GO

3º Lugar
"Escarlate"
Autora: Mariza Baur - São Paulo/SP


Menções Honrosas

  • "O Zelador" - Autora: Cíntia Rosângela – Porto Alegre/RS

  • "Homossexualidade" – Autora: Eleana Margarete Roloff – Guaíba/RS

  • "Lápis da Vida de Maria" - Autora: Fabiane Rejane Altíssimo Fritsch – Porto Alegre/RS

  • "Entressafra" - Autor: Geraldo Trombin – Americana/SP

  • "Inquietude" - Autora: Irede Inês Masiero Farenzena – Veranópolis/RS

  • "Rocha" - Autora: Karin Kreismann Carteri – Porto Alegre/RS

  • "Colorido da Vida" - Autora: Kelin Inês Kuhn Sossmeier – Crissiumal/RS

  • "Estranhos" - Autora: Maria Apparecida Sanches Coquemala – Itararé/SP

  • "O Peso da palavra" - Autor: Odemir Paim Peres Júnior – Santa Maria/RS

  • "Urtigas da Noite" - Autor: Roque Aloisio Weschenfelder – Santa Rosa/RS

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

A LEITURA NA VOZ DE PROFESSORAS

ARTIGO publicado nos ANAIS PUCRS 2013.


ebooks.pucrs.br/edipucrs/anais/XIISemanaDeLetras/arquivos/eleanaroloff.pd






segunda-feira, 15 de julho de 2013

Eu sou o cavaleiro dos meus sonhos,
indomináveis sonhos!
Por mais que eles galopem
e, por vezes, me atirem ao chão
voltarei a montá-los.
 

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Fabrício Carpinejar, sobre mulheres...

Tenho amigas lindas, inteligentes, divertidas e independentes sem namorado. E sabe por que elas estão sem namorado? Justamente porque são lindas, inteligentes, divertidas e independentes. O homem ainda tem medo da mulher com autonomia. Da mulher que não dependa dele financeiramente. Da mulher que faz piada, e não somente ri das piadas dele. Da mulher que fala abertamente de sexo. Da mulher que precisa de sexo e gosta de sexo. Da mulher que se veste bem e tem ideologia. Da mulher exigente, que não aceitará cantada com erros de português. Da mulher educada, que não leva desaforo para casa. Da mulher resolvida, mãe, viajada, informada, leal aos amigos. Homem tem medo de alguém que vai desafiá-lo socialmente, intelectualmente, profissionalmente. Tem medo de perder na conversa (mas amor é perder mesmo, de qualquer jeito). Homem tem medo de mulher com opinião, que discorde dele na frente dos amigos, na frente da família. Homem tem medo de ser passado para trás e daí não anda para frente. Homem ainda deseja Amélia, a figura submissa, obediente, que se esconde no romantismo e dentro de um casamento. Até quando?

- Fabrício Carpinejar.

Mário Pirata





MÁRIO PIRATA


DE CAVALOS E GENTE

Cavalo lerdo bebe água suja.
Cavalo é como gente, engana na aparência.
Cavalo velho não gosta de lombilho novo.
Cavalo de campo não bebe água em balde.
Cavalo bom e homem valente se conhecem na chegada.
Cavalo para voltar à querência não carece espora nem relho.
Cavalo lerdo e mulher ligeira, a desgraça não é passageira.
Freio de ouro não melhora o cavalo.
É cavalo de se chegar de qualquer lado.
É como cavalo manso que só serve para ir á missa.
Noite de geada, cavalo suado, lombo assado.
Não monte sem bater no lombo do cavalo.
Quem conversa muito, dá bom dia ao cavalo.
Quem não aguenta trote não monta em redomão.
Praga de urubu não mata cavalo gordo.
Alto como cavalo de oficial.

Outra:
Se conselho valesse, seria vendido.
Se a força fosse tudo o tigre não teria medo do escorpião.
Se correr fosse bom, o lixeiro seria imortal.
Se grito resolvesse alguma coisa, o porco não morreria.
Se a ser rico queres chegar, vai devagar.
Se não houvesse bruxas, ninguém queria ser diabo.
Se não fosse o otimista, o pessimista nunca saberia como é infeliz.
Se o moço soubesse e o velho pudesse, nada haveria que não se fizesse.
Se tamanho fosse documento, o elefante seria o dono do circo.
Se não houvesse quem escutasse, não haveria quem falasse.
Se ferradura desse sorte, o burro não puxava carroça.
Se o pau é torto, a sombra não pode ser reta.
Se barba fosse respeito, o bode não usava chifres.
Se fazendo de novilha nova pra comer milho quebrado.
Se tiver a porta aberta, o justo peca.
Se fazendo de leitão pra mamar deitado.
Seja dono da sua boca para não ser escravo das suas palavras.

E uma pérola de cantador:
"Ouvi a cigarra cantando
no oco do buriti,
a vida seria bunita
se se se se se se se se..."

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Ab imo corde!



                                                  


                          
Ab imo corde! 1
                                                                                                                                                                                                  Eleana Margarete Roloff.
            Lemos, em algum lugar deste mundo virtual, palavras que dizem: “Depois que o sexo ficou fácil, o amor tornou-se difícil.” Nos momentos taciturnos, quando a solidão pesa, buscamos valores que a sociedade aponta como ultrapassados. A modernidade, o viver só em meio à multidão, não preencheu espaços que julgávamos desnecessários: A vida em comunidade, com regras; as brigas em família, com amor; a convivência a dois, com fidelidade.
            Agora, que somos ‘modernos’ e podemos dispor de nossos corpos como bem quisermos, passamos a sentir falta de costumes aos quais não dávamos relevância. Talvez neste momento, quando nos deparamos com tanta insatisfação, é que passamos a dar valor às dores alheias. Percebemos, tarde demais, quem sabe que, em outros tempos, ouvimos declarações de pessoas relatando suas dores diante deste ‘usar sem possuir’ e, por querer ou não, nem ligamos.
            Ligar aqui no sentido de construir laços afetivos e não como fazemos. Ligamos para a outra pessoa, distante das nossas atenções, e falamos de forma mecânica ‘eu te amo’, por telefone. Como se isso bastasse, a nós e ao outro. Essa ligação, que faz comunicação, não faz amor. Não basta!
            Desejamos escondidos, como se pecado fosse, que pudéssemos dizer ‘eu te amo’ de verdade, tocando a pele, cheirando, como os animais fazem... Em laços, nos braços, atados em nós cegos, com tempo e carinho. E deixar que essa aderência (ou seria carência?) se resolva, aos poucos, fielmente, sem telefone, trânsito ou internet.
            O ser humano, dizem, diferencia-se dos animais por saber cuidar dos seus. Sabemos? Ao nos deparamos com esta sensação de ninho vazio, consideramos com maior rigor as coisas ‘ultrapassadas’. Sentimos falta deste se ocupar com o outro, do zelo, do trato carinhoso.  Telefonemas, ecoando sentimentos duvidosos, distantes, não satisfazem mais. E, a fera sufocada em nós, seres modernos, vai corroendo nossas entranhas.
            Instante exato em que deveríamos parar. A vida transcorre e é chegada a hora de decidirmos. O que buscamos, afinal? Palavras fúteis, que se perderão no ar, por telefone? Ou, mesmo sem termos a intenção de assumir, percebemos que não bastam?
            Não somos felizes. Não precisamos de sexo mecânico que nos chega por mundos virtuais. Desejamos amor. De cuidar, unir, entregar, doar, ceder e conviver. Com-viver o outro. Sublimemente amar, olhando nos olhos, espelho do outro e morrer, languidamente... écs tóto córde! 2!



1 (abímo córde). Do fundo do coração; sinceramente.
2 (écs tóto córde). De todo o coração. Expressão latina usada no final das cartas.