Eleana Margarete Roloff*
– IFSul - 01.07.2012
A descoberta da escrita e da leitura
revolucionou a vida dos homens. Com as novas tecnologias de comunicação podemos
transformar radicalmente nossas práticas de convivência. As mídias, cada vez
mais acessíveis à população, propiciam estas comunicações instantâneas entre
todos os povos e línguas mundiais. Esta modernidade acelerada surpreende aqueles
que ainda não estão conectados, plugados, à margem da internet. Aonde a
globalização ainda não chegou, por motivos econômicos nas camadas mais pobres
da população ou nos interiores do nosso Brasil, devido às enormes distâncias
e/ou falta de programas educacionais de estímulo, ela causa desconfiança e
medo. Os mais jovens, deslumbrados,
acreditam ser esta a solução para todos os problemas da raça humana. Os mais velhos,
céticos, duvidam de tudo, porque
acreditam que esse uso exagerado causa males irreparáveis. Entre esses dois
grupos situam-se os acríticos,
pessoas que acreditam que o ser humano e a tecnologia, juntos, desenvolvem
novas técnicas que criam possibilidades multiplicadas aos homens.
A análise, dentro do nosso contexto
diário, encontra os três grupos. Uma pessoa que, com medo das tecnologias,
defende que o melhor diálogo é aquele desenvolvido com contato físico, olho no
olho, na roda de chimarrão e não aceita toda essa modernização: “_ No meu
tempo, não existiam essas bobagens!”;
os mais jovens, que passaram a ter viveres conectados à internet, como se fosse
seu cordão umbilical: “_ Se ficar sem internet morrerei!”; e, nós, educadores,
formadores de opinião, a quem cabe o papel de mediadores acríticos desta
situação. Temos que estabelecer medidas de relação com as mídias, demonstrando
aos mais velhos que todas as tecnologias podem e devem ser usadas em benefício
do ser humano, como no caso de descobertas de remédios, vacinas e novas
técnicas de cirurgias, por exemplo. E, aos jovens, deixar claro que todo esse
desenvolvimento tecnológico deve ser utilizado de maneira responsável, pois o
construtivismo não aceita mais a separação da tecnologia e da sociedade.
Entre um chimarrão e outro, vou ao
banheiro e utilizo o vaso sanitário. Já pensou o que seria de nossas vidas sem
este precioso objeto? Faço os trabalhos da faculdade, digito, salvo, imprimo ou
mando via e-mail para pessoas bem distantes. Entre o chimarrão e o MSN, ainda resta um tempo de escrever
um bilhete para minha filha dizendo ‘eu te amo’. O melhor de tudo isso é poder
circular por diferentes grupos, me comunicar com eles, aceitar as diferenças e
criar novas possibilidades. Agora, preciso terminar. Vou fazer um mate doce e
mandar este trabalho para minha professora no fórum do meu curso de Educação à
Distância (EAD). Perceberam como é possível circular entre todos os ambientes
sem problemas?
*Chimarrão: bebida típica do RS. Mate
doce: Chimarrão com chá e açúcar.
*Eleana
Margarete Roloff, bolsista do PROUNI, graduanda da Faculdade
de Letras, PUCRS, 8º semestre. Em 01/07/2012.